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domingo, 27 de setembro de 2020

A onda que se perdeu no mar


 Fotografia: Cláudia Freitas Ⓒ


Na imensidão de um oceano longínquo, nasceu uma pequena Onda Saltitona, curiosa e cheia de vida, com uma vontade de crescer imensa, desbravar o Mundo e explorar terras desconhecidas. 

Cresceu feliz, à sua maneira, junto das outras ondas pequeninas, visitou belas praias, com areia macia e dourada, banhou-se no calor do sol reconfortante dias sem conta, cruzou-se com barcos de todos os cantos do planeta, conheceu rochedos, pedras, cabos e faróis, brincou com algas marinhas de todas as cores, explorou a vastidão dos oceanos, mares longínquos, conheceu mil e uma criaturas de todos os formatos e feitios e ouviu histórias de viajantes como se de uma esponja se tratasse, viajou no espaço e no tempo. 

Mas, cedo percebeu que apesar de conhecer muito do mundo à sua volta, parecia faltar sempre algo, como se de um vazio de tratasse…  


E um dia, sem dar por isso... Aventurou-se e, perdeu o rumo no meio da escuridão de uma tempestade que se aproximou num abrir e fechar de olhos, assustou-se e deixou-se levar pelas ondas gigantes que se formaram no seu turbilhão de emoções. Sem aviso prévio, os ventos do Norte e ondas gigantes cobriram a Onda Saltitona. 


Deixou-se ir, já sem forças de tanto lutar contra as correntes fortes, nadou para conseguir chegar a terra e, poder, finalmente, descansar. 


Ouviu então uma voz ao longe que pareceu-lhe dizer: 

“Olha para dentro da tua alma, respira, deixa-te ir, desapega-te do teu medo, confia em ti, deixa-te enrolar pelas vagas e viaja ao sabor das marés. 

Não tenhas medo da escuridão e do desconhecido. Faz parte de todos nós. Se olhares para cima conseguirás sempre ver o brilho das constelações e estrelas que sempre te irão guiar, por mais escura que seja a noite e por mais profundas que sejam as águas por onde andares. 

Respira fundo, aceita-te como tu és. As coisas são exactamente como têm de ser. Deixa-te levar ao sabor do vento e vive a vida que sempre quiseste. 

Deixa os raios de sol aquecerem-te e a luz da Lua acariciar-te com a sua energia, sabedoria e silêncio. Aprende a ouvir e a observar o Universo. Aceitar ajuda quando precisares. Logo hás-de chegar a bom porto e águas serenas. E não te esqueças de acreditar em ti!” 


A Onda Saltitona despertou com todo o seu esplendor e sentiu-se mais forte e completa. Encontrou o seu caminho e, já sem medo do escuro e do que poderia encontrar nas suas próximas aventuras e lutas, conseguiu sempre ver a sua própria luz e desbravar águas desconhecidas.


Agora, a Onda Saltitona encara o mundo com outros olhos e até um simples nascer e pôr-do-sol têm outro brilho, os dias e as noites a sua própria magia.

Ela sabe que mesmo quando sentir que as coisas não lhe correm bem e tudo parecer mais escuro como o fundo do oceano mais profundo, olha para cima e lembra-se que tem sempre uma estrelinha, um raio de luz que a ilumina e tudo fica melhor. 

Aceita que para se (re)encontrar, por vezes é preciso perder-se. 



Por vezes pensamos que nascemos no sítio e época erradas e sentimo-nos perdidos. Mas a verdade é que tudo tem uma razão de ser. E todos temos o nosso próprio tempo para avançarmos. E está tudo bem. 

E enquanto enfrentamos as nossas próprias vagas e tempestades internas, acabamos sempre sendo o farol na vida de alguém.

O mar pode ser bravio mas também pode ser calmo. Assim é a vida e a forma como encaramos as coisas. E é assim que tem que ser.





segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Rascunho de Luz #1

 Pára.

Põe-te como prioridade. 

Cuida-te. 

Ama-te. 

Considera-te merecedora do que tens. 

Perdoa-te.

Tu és suficiente!

Tu és Amor e Luz!

Encontra a tua paz.

Cuida de ti.

Gasta mais tempo contigo.

Tu és merecedora!

Escreve.

Faz o que tu gostas.

Encontra a tua inspiração.

Aprende a respirar.

Investe em ti e no teu tempo.

Ama-te!

Perdoa o teu passado.

Agradece a todos os que passaram na tua vida, cruzaram-se contigo.

Aprende com tudo à tua volta.

Equilibra-te.

Faz o que achas certo.

Acredita em ti!

Sê feliz e vive em paz.

Acalma essa tua mente.

Escreve o que te vai na alma.

Abre verdadeiramente o teu coração e vive.

Sem medo!

Fotografia: Cláudia Freitas Ⓒ


domingo, 13 de setembro de 2020

O papel da escrita na minha vida

Fotografia: Cláudia Freitas Ⓒ

Sendo a escrita uma forma de linguagem, esta tem um papel importante na nossa comunicação.

Aprendi recentemente que "A escrita automática é a escrita da alma."

Arrisco dizer que a escrita é o exteriorizar do que nos vai na alma, na mente e no coração. 

Sejam resquícios de uma alma rasgada, sofrida mas vivida, despojos de batalhas perdidas, projectos em construção, sonhos, desejos, preocupações ou simples devaneios... Rascunhos de luz. 

O que interessa é exteriorizar, esvaziar a mente, aliviar a alma e apaziguar o coração, mas com o descernimento da força que as mais simples palavras podem ter. 

Ao longo da minha vida, sempre tive a escrita presente, com mais ou menos frequência. Em português ou em inglês, quando escrevia nos meus diários, cadernos e blocos de notas para que ninguém pudesse ler a minha alma, pensava eu. Achava que tinha que ser tudo muito secreto, como se de uma pérola escondida na sua concha se tratasse. 

Sempre achei que não tinha grande talento para a escrita, raramente tornei público o que escrevi desde que me conheço por gente. Nunca lhe dei a devida importância. Por insegurança talvez... Por achar que as minhas palavras não eram nada de especial, e que não iriam fazer grande diferença ou chegar a fazer a diferença na vida de alguém. 

Mas de alguma forma acaba tendo sempre algum tipo de impacto. 

Já na minha escola primária a minha professora da terceira classe dizia tantas vezes que eu tinha uma mente criativa, muita imaginação. Foi ela a primeira pessoa a incentivar-me a escrever e de tal forma que me dizia que havia de escrever um livro. Na altura, levou-me a escrever de tudo um pouco. Quanto ao livro, ainda não me atrevi, mas prometo honrar as palavras de incentivo da Professora Fátima a uma miúda pequenina que sempre foi muito curiosa, devorava livros noite dentro e que ficou com o "bichinho" da escrita sem dar por isso. Obrigada. 💖

Na realidade, as nossas vivências, erros, experiências e aprendizagens tocam sempre alguém, algures, de alguma forma. Hoje sei, aceito e acredito nisso. 

Escrevo para esvaziar, aliviar a alma, aligeirar o coração, sentir o corpo mais leve e mente mais serena, para registo futuro, eternizar momentos, recordar, reviver, aprender, expandir e crescer. Sempre com humildade e abertura. 

Talvez por tudo isto, algumas pessoas à minha volta acabaram carinhosamente me apelidadando de "Estrelinha". Vou tentar continuar a brilhar e chegar onde tiver que ser. *

 

Confia na magia dos novos começos. 



Lavar a alma


Fotografia: Cláudia Freitas Ⓒ

E quando tudo o que precisas é um céu estrelado acima de ti ou o calor do sol, a energia da lua ou de outro ser cósmico qualquer, pés bem assentes na terra, o som das ondas a bater na rocha da praia ao longe, conversas ao luar entre cagarras. E paz. Muita paz. Cabelos ao vento. A brisa do mar sussurra-nos. Escuta tudo à tua volta, ouve o que o teu corpo te diz. Sabor a sal nos lábios. Respirar fundo. Inspirar, expirar, e tentar não "pirar", quando tudo parece-nos mais nublado. Expirar energias negativas, inspirar só paz e amor. Serenidade. 

Que o vento leve consigo tudo o que não me acrescenta e que as estrelas me consigam alumiar e guiar a bom porto. Que o mar salgado lave a nossa alma de tudo o que nos faz mal e pesa.

Após um período menos bom e cheio de desafios e obstáculos que te colocam à prova, eis que os teus pés levam-te até à ponta da ilha. Onde ninguém habita. Onde não se avista vivalma. Lá longe... Onde o coração sossega e a alma se a quieta. 

Desempoeira a tua Vida!
Respira!
Profundamente!
Inspira Amor e Expira Serenidade e Paz! 

Somos todos estrelas. Temos uma luz própria. Mas a mais pura das verdades é que por vezes precisamos estar bem lá no escuro para conseguir ver a luz. É reconstruir. 

Tudo o que precisas está contigo, em ti.

Vídeo: Cláudia Freitas Ⓒ

 


(Escrito a 07.07.2018 | Revisto a 13.09.2020)

domingo, 6 de setembro de 2020

(Re) começo

A Vida é um caminho, uma viagem, uma (re)descoberta, um explorar de escolhas, um entrelaçado de rotas, um conjunto de peças de puzzle que mais cedo ou mais tarde acabam se encaixando e, eventualmente, tudo faz mais sentido. 
Sempre consegui entender com o tempo que aprendemos com os erros, os nossos e os dos outros, damos espaço ao crescimento, maturidade, experiência, abertura de mente e horizontes. 
O crescimento é isso mesmo: ouvir a nossa própria voz, tentar sempre ser uma melhor versão de nós próprios, tendo como foco o positivo, aceitando o negativo, permitir que possamos errar e essencialmente perdoar e seguir em frente com a confiança e abertura possível. 
Ser capaz de ver a luz ao fim do túnel. A verdade é que a Vida e, sejamos realistas, é como uma montanha russa de emoções e vivências em que se nos distraímos, descarrilamos. E com a correria do nosso dia-à-dia, stress, ansiedade, poluição e distracções deste mundo materialista de hoje, é fácil a nossa mente divagar e perder-se.
Com o tempo, idade, sabedoria, luz, fé ou o que quiserem chamar, logo percebemos que não é o mundo lá fora que tem que mudar; somos nós. Perdoar o que quer que já tenhamos feito de errado, ou quem achamos que nos atingiu de alguma forma. São aprendizagens, muitas vezes obtidas por caminhos mais longos, com mais curvas e mais obstáculos. Mas lá no fundo todos sabemos que não podemos fugir à voz do nosso coração e alma.
Encontrar a nossa própria voz, equilíbrio, manter o foco, ouvir o nosso coração, fazer o bem. 
E tudo está bem, tudo é certo. É o nosso caminho. e lá no fundo sabemos que levantamo-nos e continuamos em frente.
O resultado: tornamos-nos mais fortes e mais sábios se tivermos a humildade, motivação e paz para tal.
E não esquecer: todos nós cometemos erros, é o que fazemos a seguir que conta.

Preparados para a viagem?
E que nem o céu seja o limite.

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